Descobrindo Yevgeny Khaldei

Anos atrás, durante uma aula de arte-final na Quanta Academia de Artes fiz o desenho abaixo:

Plane crash
Plane crash

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O professor era o Edde Wagner e a idéia era experimentar com algumas técnicas a nanquim que ele havia passado. Embebi um chumaço de algodão na tinta e comecei a borrar o papel. A fumaça e o resto da imagem vieram naturalmente, bem rápido.

Eis que semana passada topo pela primeira vez com a seguinte a foto:

Shellshocked Reindeer
Shellshocked Reindeer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lembrei imediatamente de meu desenho. Até o avião destroçado parece ser o mesmo da foto, um Hurricane inglês.

A imagem foi feita pelo fotógrafo Yevgeny Khaldei em 1942 e retrata o bombardeio da cidade de Murmansk, Rússia. A foto é uma montagem. A explosão é real, o alce estava lá, bem como os aviões, mas são três fotos tiradas em momentos diferentes e posteriormente justapostas. Ainda assim, a imagem final impressiona e passa sua mensagem, o contraste entre uma natureza idealizada e nossa barbárie.  Ele também é responsável por outra foto icônica da Segunda Guerra, o hasteamento da bandeira soviética sobre as ruínas do parlamento alemão após a tomada de Berlim.

Sobre lay-out e narrativa de ATLANTE

Recebi “feedbacks”, críticas e questionamentos interessantes sobre ATLANTE. Por exemplo, porque a página é no formato “paisagem” e não na vertical, como de hábito? Eis a resposta. Optei pelo lay-out de página horizontal por considerá-lo mais adequado a essa mídia e ao tipo de história que quero contar. Visto que a maior parte dos acessos ainda é feita por notebooks e desktops, a página aparece inteira de imediato.  Não é necessário fazer scroll-downs frequentes, por exemplo. Preferência minha, acho que fica mais agradável de ler.

Outros  leitores reportaram a sensação de haver quebra na narrativa entre as páginas. Creio que aí cabe mais uma explicação sobre o meu processo de criação. ATLANTE não é uma revista nem está sendo produzida como tal. Não é uma história completa da qual estou publicando uma fatia por semana. ATLANTE está sendo feita para a mídia a que se destina (internet), com a frequência de atualização que me permito. Tendo que publicar uma página por semana, procurei inspiração nas páginas de quadrinhos das edições dominicais dos jornais americanos, principalmente as antigas séries de aventura como Flash Gordon, Tarzan, Terry e os Piratas, etc. Nelas, via de regra havia um “gancho” no final para criar expectativa no leitor e fazê-lo continuar acompanhando a história no domingo seguinte. É o que tento fazer em ATLANTE. Atiçar em você, leitor, o interesse em retornar ao site para ver as páginas seguintes.

Os resultados podem, de fato, ser melhores, minimizando o efeito geral de salto na narrativa. É possível, sim, chegar a uma experiência mais fluida de leitura sem abrir mão do “gancho” final de cada página. Vou trabalhar para isso.

Em suma, de volta à prancheta! Quarta-feira está chegando!

Livro dos Códigos

Assisti recentemente a “O Jogo da Imitação”,  filme atualmente em cartaz e indicado a não-sei-quantos Oscars. A trama, focada no atormentado matemático Alan Turing, narra a história do esforço britânico durante a Segunda Guerra para decifrar os códigos secretos gerados pela sistema de criptografia alemão Enigma. Gostei.

Para quem tem interesse no tema, recomendo fortemente o livro “The Code Book”, de Simon Singh, aqui no Brasil publicado pela Editora Record com o título “O Livro dos Códigos”. Das técnicas de ocultação de informações usadas pelo Império Romano à decifração dos hieróglifos egípcios, passando pela quebra dos códigos da máquina Enigma e as teoricamente indecifráveis senhas geradas por computação quântica, o livro narra a eterna guerra entre aqueles que criam mensagens secretas e aqueles que tentam decifrá-las. Muitas histórias dignas de nota, em particular a utilização de soldados navajos e seu idioma pelos americanos durante a Segunda Guerra, objeto de “Códigos de Guerra”, bom filme de John Woo.

Enfim, leitura agradável e envolvente, e não apenas para quem tem interesse em criptografia e espionagem. Fica a dica.

Os primeiros dez passos…

Chegamos ao fim de janeiro! Dez páginas publicadas e contando! Ainda temos história para mais umas 1500 páginas mas, como disse o sábio, a longa jornada começa com o primeiro passo. Já demos dez…

Agradecimentos a Michelle Ramos (https://zinebrasil.wordpress.com/author/michelleramos/), ao pessoal do Café com HQ (http://cafecomhq.com/ ), a Rui Ferreira (http://www.universobd.com/) e a Henrique Granado (http://abacaxivoador.com.br/) pela divulgação, palavras de suporte e críticas!  Valeu!

Atlante: Página 10 => Gangues de Fukuoka

Yanin em combate! Talvez não tenha sido uma boa idéia confrontar a Yakuza…