El Eternauta

Na minha primeira ida a Buenos Aires comprei na rua uma edição completa de “El Eternauta” (capa abaixo), obra prima do roteirista Héctor G. Oesterheld e do artista Solano López, seguramente umas das melhores HQs de ficção científica que já li. A saga original, que é a que tenho, foi publicada na Argentina entre 1957 e 1959 e teve várias sequências ao longo das décadas seguintes.  Sobre a trama, não digo nada. Melhor descobrir lendo a estória, como aconteceu comigo. O roteiro e diálogos de Oesterheld em conjunto com arte expressiva de López me arrebataram de cara! Cada página era uma nova descoberta ou reviravolta, me senti em um filme de suspense acompanhando as angústias dos personagens frente a algo desconhecido e letal.

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Não precisa ir pra Argentina para ler o gibi, apesar de uma viagem pra lá ser tudo de bom. “El Eternauta” já foi publicado no Brasil em uma edição da editora Martins Fontes. Fãs de futebol vão curtir os momentos eletrizantes da estória que se passam em pleno estádio do River Plate! É ir à caça porque essa HQ vale muito a pena!

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Descoberta gravura de MC Escher

Gravura de inédita do artista holandês MC Escher foi recentemente descoberta. O desenho, datado de 1924, mostra a cidade italiana de Montecelio localizada nas cercanias de Roma.

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A composição já demonstrava o crescente interesse de Escher em arquitetura e geometria o que mais tarde culminaria em seus trabalhos mais famosos de ilusão de ótica. Mais sobre a arte incrível de MC Escher em http://www.mcescher.com/

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Seis ótimas adaptações de filmes para HQs

A moda hoje é adaptar personagens de gibis para as telas de cinema, principalmente super-heróis. Só que existe o outro lado da moeda, filmes que mereceram boas adaptações para quadrinhos. Abaixo, comento aquelas que mais gosto. Boa parte li por aí, em formato digital, catando aqui e acolá na rede, mas todas são meu sonho de consumo em papel. Não é tão difícil de achar. A maioria está disponível nas amazons e e-bays da vida a preços camaradas. Portanto, à caça!

 

Alien (Archie Goodwin  & Walt Simonson): “Alien, o Oitavo Passageiro”, no Brasil. O trailer é um primor, procurem (“No espaço, ninguém pode ouvir você gritar”). O filme, terror de primeira. E a HQ de Goodwin e Simonson não fica atrás. Fazem o máximo com o espaço que tem, contam a estória de maneira muito eficiente. Ótima diversão!

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2001, Uma Odisséia no Espaço (Jack Kirby & Frank Giacoia): Jack Kirby e Stanley Kubrick. Kirby, mestre do impacto, do dinamismo, da ação ininterrupta, da estória contada curta e grossa, pim-pá-pum-contei-fim-próxima! Kubrick, mestre do silêncio, da ambiguidade, da sutileza. Em suma, nada a ver. Ou tudo, sei lá eu. O fato é que 2001, o quadrinho, não parece nada com o filme. É, sim, a mesma estória mas a experiência é outra. É Kirby. Estranho, mas para mim, fã de Kirby, um prazer.

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Duna (Ralph Macchio & Bill Sienkiewicz): O livro é bom, o filme de David Lynch, nem tanto. Já a arte de Bill Sienkiewicz é de tirar o fôlego. Esse gibi esteve em minhas mãos em um sebo de Porto Alegre, uma edição francesa muito bonita, em capa dura, e eu não comprei! Burro! Imbecil! Como diria o grande filósofo Falcão: “Para vacilão, todo castigo é pouco”!

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O Império Contra-Ataca (Archie Goodwin, Al Williamson, Carlos Garzon): Goodwin novamente, em uma bem sucedida adaptação das desventuras de Luke Skywalker e amigos, dessa vez em parceria com o mestre Al Williamson, que por muitos anos desenhou os quadrinhos de “Guerra nas Estrelas” para os jornais americanos em belíssimas pranchas dominicais. Essa eu tenho em casa, não me canso de folhear.

 

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Blade Runner (Archie Goodwin, Al Williamson, Carlos Garzon): Mais uma da dupla Williamson e Goodwin! Não dá pra errar com esses dois. Se puder ler com a trilha sonora do Vangelis, melhor ainda!

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Outland (Jim Steranko): Adaptação da ficção científica “Outland: Comando Titânio”, com Sean Connery. O filme é legalzinho,  uma espécie de “Matar ou Morrer” ambientada no espaço. A quadrinização ficou a cargo do grande Jim Steranko! É a mais  cinematográfica das adaptações com Steranko criando belas ilustrações em panorâmicas páginas duplas, como se fosse uma tela de cinema. No fim, a HQ é até mais interessante que o filme na qual se baseou. Aula magna de design!

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A Arte de Bicem Sinik

Não tenho tatuagens. Já pensei em ter mas recuei pelo motivo clássico: é uma arte definitiva e temo me arrepender mais tarde, por melhor que seja o desenho. Dito isto, acho muito legal ver uma tatuagem bem feita na parte certa do corpo. É uma harmonia difícil de ser obtida. Olhem só o trabalho da tatuadora turca Bicem Sinik! É um traço preciso e delicado, que usa formas geométricas de maneira a deixar o desenho tridimensional em um efeito que lembra computação gráfica. Muito bonito! Quase me convence a fazer uma também.

Então, quem for a Istambul e quiser levar como lembrança um souvenir eterno gravado no corpo já sabe onde ir. De nada!

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A Atlântida do Mar do Norte

Um ambicioso projeto de pesquisa arqueológica financiado pela União Européia almeja nos próximos cinco anos revelar um pouco mais de nosso passado pré-histórico. Os cientistas esperam encontrar evidências de atividade humana em uma imensa ilha submersa outrora localizada entre a Inglaterra e a península escandinava. Acredita-se que a chamada “Atlântida do Mar do Norte” desapareceu sob as águas entre 7500 A.C e 5500 A.C. devido ao aumento do nível do mar causado pelo degelo do Ártico. Do fundo do oceano, os arqueologistas planejam coletar indícios de antigos instrumentos feitos de pedra, bem como traços do DNA de animais e plantas utilizados pelos então habitantes. Também está previsto o levantamento, via sonares, da topografia original da ilha e, esperam os mais sonhadores, a descoberta de eventuais estruturas ou monumentos erguidos por essas tribos perdidas.  É esperar pra ver!

Para saber mais a respeito, olha aí o link!

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